Trabalhar em ONGs: Oportunidades e Salários
Nos últimos anos, a oportunidade de trabalhar em ONGs vem se destacando de forma notável em todo o mundo.
As ONGs e entidades sem fins lucrativos são importantes para promover causas sociais, ambientais e culturais. Elas tratam de questões que o setor público e privado muitas vezes ignoram.
Mas quem está por trás dessas organizações, movendo-as, fazendo a diferença no dia a dia ao trabalhar em ONGs?
São os profissionais e voluntários comprometidos, que dedicam seu tempo, habilidades e paixão para trazer mudanças tangíveis para as comunidades atendidas.
Esses indivíduos desempenham papéis vitais, seja na administração, captação de recursos, planejamento de projetos ou na execução direta de atividades no campo.
No entanto, existe um mito comum de que trabalhar em uma ONG é sinônimo de trabalho voluntário.
Embora voluntários sejam importantes, ONGs precisam de uma estrutura organizacional com funcionários remunerados para funcionar bem.
Esses profissionais garantem que as atividades diárias da ONG sejam feitas de forma eficiente e que os projetos sejam realizados com sucesso.
A diferença fundamental entre um funcionário remunerado e um voluntário é, como os próprios termos sugerem, a remuneração. Enquanto os funcionários recebem salários ou honorários pelos seus serviços prestados, os voluntários doam seu tempo e habilidades sem expectativa de compensação financeira.
Porém, ambos compartilham um objetivo comum: fazer a diferença e contribuir para um mundo melhor.
Neste artigo, mergulharemos nas nuances das remunerações, funções e direitos dos que optam por trilhar este nobre caminho no Terceiro Setor.
Se você quer saber como é trabalhar em uma ONG ou está pensando em entrar nesse setor, continue lendo para obter informações importantes.
Economato: O sistema que entende as necessidades da sua OSC.
Estrutura e Papéis ao Trabalhar em ONGs
As ONGs, assim como outras organizações, possuem uma estrutura hierárquica que permite que elas funcionem de maneira eficaz.
É importante compreender essa estrutura para entender a distribuição de recursos, as decisões e as funções na ONG.
Alta Administração:
Presidente/Diretor Executivo: Esta é muitas vezes a figura mais visível de uma ONG. Ele é responsável pela direção estratégica da organização, tomada de decisões importantes e representação externa. O presidente trabalha junto com o conselho e outros líderes para garantir que a ONG cumpra sua visão e missão.
Conselho de Administração: O conselho é o órgão de supervisão de uma ONG. Ele guia a estratégia, cuida das finanças e governança, e pode contratar (ou demitir) o diretor executivo.
Departamentos Funcionais:
Gestão e Planejamento: Departamento responsável por definir e implementar estratégias de longo prazo e monitorar o progresso da ONG em direção aos objetivos.
Captação de Recursos: Equipe que garante doações, patrocínios e apoio financeiro para a ONG, essencial para sua sustentabilidade.
Administração e Finanças: Cuida das finanças da ONG, orçamentos, pagamentos, contabilidade e outros assuntos administrativos.
Programas e Projetos: Esta equipe executa os projetos no terreno, trabalhando diretamente com as comunidades e outras partes interessadas.
Comunicação e Marketing: Equipe que cuida da imagem e presença da ONG, fazendo relações públicas, campanhas, redes sociais e outras formas de comunicação.
Funções Específicas:
Coordenador da ONG: Ele age como uma ponte entre a alta administração e as equipes de projeto. Ele garante que os programas estejam alinhados com a visão e missão da ONG.
Tesoureiro: Parte do departamento de finanças, ele gerencia fundos, elabora relatórios financeiros e garante a transparência financeira.
Gestor Social e Gestor de Projeto Social: Esses profissionais têm funções específicas na criação, planejamento, realização e avaliação de programas sociais. Eles garantem que esses programas sejam eficazes e alinhados com os objetivos da ONG.
Assistente Social: Trabalha diretamente com as comunidades, identificando suas necessidades, desafios e colaborando na implementação de soluções.
Além destas funções tradicionais, muitas ONGs têm papéis específicos baseados em suas missões particulares, necessidades e contextos.
Algumas posições são pagas, outras podem ser ocupadas por voluntários em ONGs menores ou em início de operação.
As várias tarefas em uma ONG mostram a complexidade e a diversidade do trabalho no Terceiro Setor.
Toda função, paga ou não, é importante na organização e ajuda a fazer a diferença no mundo.
Remuneração em ONGs: Mitos e Verdades
Ao trabalhar para uma ONG, é comum ter dúvidas sobre salários e benefícios dos funcionários.
A remuneração nas ONGs é mal compreendida. Muitas pessoas pensam que o trabalho no Terceiro Setor é apenas voluntário ou mal remunerado.
Vamos desvendar alguns destes mitos e esclarecer a realidade sobre a remuneração nas ONGs.
Comparação com o Setor Privado e Público
Setor Privado: As empresas privadas visam ao lucro, e as remunerações geralmente são definidas com base no mercado, desempenho e lucratividade da empresa.
Em alguns casos, os salários em ONGs podem ser mais modestos do que os oferecidos pelo setor privado para cargos semelhantes. No entanto, muitas ONGs oferecem outros benefícios, como maior flexibilidade de trabalho e um forte sentido de propósito e realização.
Setor Público: As entidades governamentais possuem salários e benefícios definidos por regulamentos e tabelas salariais, muitas vezes estipuladas por lei.
Embora algumas ONGs possam oferecer salários competitivos em relação ao setor público, a estrutura de benefícios pode variar.
A Realidade da Remuneração em ONGs
Não são Todos Voluntários: Há um mito persistente de que todas as pessoas que trabalham em ONGs são voluntárias. Isso não é verdade. Muitas ONGs têm funcionários em tempo integral ou parcial que são remunerados por seus serviços, da mesma forma que em qualquer outra organização.
Variação de Salários: Os salários nas ONGs podem variar de acordo com o tamanho, orçamento, localização, experiência, formação e tipo de trabalho realizado.
A Importância da Transparência: Muitas ONGs são transparentes sobre suas estruturas salariais, especialmente aquelas que recebem fundos públicos ou doações. A transparência ajuda a construir confiança com os doadores, voluntários e o público em geral.
O Valor Além do Salário
Trabalhar em ONGs muitas vezes significa estar envolvido em causas significativas e fazer a diferença no mundo.
Trabalhar em uma ONG pode ser muito gratificante. Muitas vezes, sentir-se bem por ajudar os outros e fazer a diferença é mais importante do que o salário.
É importante saber que as ONGs, mesmo focadas em missões sociais ou ambientais, também precisam de profissionais capacitados. E muitas vezes, elas pagam salários justos para esses profissionais.
Entender que as ONGs podendo pagar salários justos, ajuda a valorizar quem lá trabalha e a trazer novos talentos.
Desvendando os Salários nas ONGs
Para entender os salários nas ONGs, é importante considerar cada função e o quanto cada cargo contribui para a organização.
Vamos ver os cargos mais comuns para aqueles que trabalham em ONGs, suas tarefas e o que costumam ganhar.
Mas lembre-se, o salário pode mudar muito dependendo do lugar, do tamanho da ONG e de outros fatores.
Presidente da ONG
Funções:
- direciona a entidade
- toma decisões importantes
- representa a ONG em eventos
- se certifica de que as metas sejam atingidas
Faixa Salarial: Dependendo da ONG, um presidente pode ser um voluntário não remunerado ou receber um salário competitivo. Em média, os salários podem variar entre R$ 10.000,00 a R$ 20.000,00.
Coordenador da ONG
Funções:
- gerencia os projetos
- lidera equipes
- monitora o progresso das atividades
- garante o cumprimento das metas dentro dos prazos
Faixa Salarial: Salários para coordenadores podem variar entre R$ 7.000,00 a R$ 13.000,00.
Tesoureiro da ONG
Funções:
- controla as finanças da ONG
- prepara relatórios financeiros
- monitora as entradas e saídas financeiras
- ajuda a definir o orçamento
Faixa Salarial: Os salários do tesoureiro podem variar entre R$ 6.000,00 a R$ 12.000,00.
Captador de Recursos
Importância: Essencial para qualquer ONG, esse profissional busca financiamentos, doações e outros recursos financeiros para sustentar os projetos.
Tarefas: Escrever projetos, fazer parcerias, organizar eventos de captação e mais.
Faixa Salarial: A remuneração pode variar entre R$ 5.000,00 a R$ 11.000,00, dependendo da capacidade de captação e experiência.
Administrador de uma ONG
O que faz: Gerencia as operações diárias, incluindo questões administrativas, recursos humanos e logística.
Faixa Salarial: O salário varia entre R$ 9.000,00 a R$ 15.000,00.
Gestor Social e Gestor de Projeto Social
Definições: O Gestor Social gerencia e segue o progresso dos programas sociais em geral. Já o Gestor de Projeto Social se concentra em planejar e executar projetos específicos com uma atuação mais restrita.
Faixa Salarial: O salário de um Gestor Social varia entre R$ 8.000,00 a R$ 14.000,00. Enquanto o Gestor de Projeto Social ganha entre R$ 7.000,00 a R$ 13.000,00.
Assistente Social
Relevância: O Assistente Social é a ponte entre a ONG e a comunidade, ajudando a identificar necessidades, implementar projetos e acompanhar resultados.
Faixa Salarial: Seu salário varia de R$ 6.000,00 a R$ 12.000,00.
Embora os salários possam mudar, é importante valorizar os diferentes cargos em uma ONG e o quanto cada um contribui para a organização.
A remuneração justa garante a atração e retenção de talentos, permitindo que as ONGs cumpram sua missão de forma eficaz.
Cargo | Funções | Média Salarial | Faixa Salarial |
Presidente da ONG | Direcionar a entidade, tomar decisões importantes, representar a ONG em eventos, certificar que missão e metas estão sendo atingidas. | R$ 15.000,00 | R$ 10.000,00 a R$ 20.000,00 |
Coordenador da ONG | Gerenciar os projetos, liderar equipes, monitorar o progresso das atividades, garantir o cumprimento das metas dentro dos prazos. | R$ 10.000,00 | R$ 7.000,00 a R$ 13.000,00 |
Tesoureiro da ONG | Controlar as finanças da ONG, preparar relatórios financeiros, monitorar as entradas e saídas financeiras, ajudar a definir o orçamento. | R$ 9.000,00 | R$ 6.000,00 a R$ 12.000,00 |
Captador de Recursos | Fazer parcerias, organizar eventos de captação, buscar financiamentos. | R$ 8.000,00 | R$ 5.000,00 a R$ 11.000,00 |
Administrador de uma ONG | Gerenciar as operações diárias, incluindo questões administrativas, recursos humanos e logística. | R$ 12.000,00 | R$ 9.000,00 a R$ 15.000,00 |
Gestor Social | Gerenciar e seguir o progresso dos programas sociais em geral. | R$ 11.000,00 | R$ 8.000,00 a R$ 14.000,00 |
Gestor de Projeto Social | Planejar e executar projetos específicos. | R$ 10.000,00 | R$ 7.000,00 a R$ 13.000,00 |
Assistente Social | Ajudar a identificar necessidades, implementar projetos e acompanhar resultados. | R$ 9.000,00 | R$ 6.000,00 a R$ 12.000,00 |
Voluntariado em ONGs
O Terceiro Setor é muitas vezes alimentado pelo espírito altruísta e pela paixão de indivíduos que escolhem trabalhar em ONGs para gerar um impacto positivo na sociedade.
Os voluntários são muito importantes para as ONGs, ajudando-as a funcionar e alcançar suas metas, principalmente quando há poucos recursos financeiros.
O papel vital dos voluntários ao trabalhar em ONGs
Os voluntários são a espinha dorsal de muitas ONGs. Eles trazem consigo diversas competências, experiências e, acima de tudo, um desejo intrínseco de ajudar.
Não é exagero dizer que sem voluntários, muitos projetos e iniciativas de ONGs simplesmente não existiriam.
Esses dedicados indivíduos, ao trabalhar em ONGs, assumem papéis que vão desde a realização de tarefas administrativas até a implementação direta de programas no campo.
Os voluntários também são fundamentais para conscientizar as pessoas, conseguir apoio e criar uma rede de contatos para a ONG.
Desvendando a remuneração de voluntários ao trabalhar em ONGs
Existe um mito comum de que o voluntariado é estritamente não remunerado.
Embora voluntariado normalmente signifique trabalhar de graça, em alguns casos os voluntários podem receber uma pequena quantia para ajudar com as despesas geradas pelo trabalho em ONGs.
Distinção entre bolsa-auxílio e salário
A bolsa-auxílio que voluntários podem receber não é um salário. É um valor para pagar gastos como transporte, comida ou moradia, que surgem por causa do trabalho voluntário.
Seu objetivo é garantir que o voluntário ao trabalhar em ONGs não tenha despesas pessoais enquanto presta seus serviços.
Já um salário é o pagamento por um serviço realizado, com horário fixo, deveres específicos e geralmente acompanhado de um contrato de emprego.
Nas ONGs, quem é pago tem cargos e tarefas fixas e é contratado para cumprir essas funções.
Já os voluntários, mesmo que ganhem uma ajuda de custo, costumam ter um envolvimento mais flexível. Que depende do tempo que têm disponível e do seu entusiasmo pelo trabalho em ONGs.
O voluntariado é um pilar fundamental das ONGs. Os voluntários não só ampliam a capacidade operacional das organizações, mas também infundem paixão, determinação e um sentido de propósito.
Quem Pode Ser Remunerado em uma ONG?
Trabalhar em ONGs, com foco em missões sociais e frequentemente apoiadas por voluntários, é muito parecido com a dinâmica nas empresas. Afinal elas também precisam de profissionais para administrar, organizar e realizar suas tarefas.
Entender quem pode ser remunerado em uma ONG é crucial para garantir a transparência e a sustentabilidade da organização.
Critérios para Remuneração ao se trabalhar em uma ONG
Funções e Papéis: ONGs, como qualquer outra organização, necessitam de profissionais com habilidades específicas para desempenhar funções específicas. Aqueles que optam por trabalhar em ONGs, como administradores, gestores de projetos e especialistas em captação de recursos, geralmente são remunerados por seus serviços.
Tempo de Dedicação: Voluntários costumam trabalhar quando podem, enquanto empregados pagos em ONGs têm horários regulares e tarefas constantes que demandam um pagamento.
Experiência e Qualificação: Trabalhar em ONGs muitas vezes exige formação qualifcada ou um conjunto específico de habilidades. Por exemplo, um assistente social ou um especialista em comunicação pode ser contratado e remunerado por sua expertise.
Legislação Pertinente
As ONGs podem remunerar seus funcionários, mas as regras para isso são regulamentadas pelo governo.
A legislação pertinente é a Lei 9.790/1999, que regulamenta as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs).
Pela Lei 9.790/1999, as OSCIPs podem pagar seus líderes se eles de fato ajudarem a gerir a organização ou fizerem trabalhos específicos.
Os salários devem ser semelhantes aos do mercado e basear-se em fatores claros, como qualificação, experiência e complexidade do trabalho.
Além dos dirigentes, as OSCIPs também podem remunerar outros funcionários, desde que estes sejam necessários para o funcionamento da entidade.
A remuneração desses funcionários também deve ser compatível com o mercado e deve ser baseada em critérios objetivos.
A legislação brasileira também prevê algumas restrições para a remuneração de funcionários de ONGs.
As OSCIPs devem pagar aos seus diretores e funcionários salários que não ultrapassem o que é pago a servidores públicos em cargos parecidos.
Práticas comuns
Ao trabalhar em ONGs nota-se que os salários mudam conforme a própria ONG, seu tamanho, onde fica e a experiência dos trabalhadores. No entanto, algumas práticas comuns incluem:
- Diversidade de Funções: As ONGs frequentemente têm equipes variadas, incluindo trabalhadores em tempo integral, parcial e freelancers. Tudo de acordo com o que a organização e os projetos precisam.
- Política de Remuneração: Muitas ONGs têm políticas de remuneração que estabelecem critérios claros para salários, visando garantir equidade e transparência.
- Recursos e Orçamento: Uma ONG só pode pagar seus trabalhadores se tiver dinheiro suficiente. Esse dinheiro pode vir de doações, fundos específicos ou outras fontes de apoio financeiro.
Compreender os critérios, a legislação e as práticas comuns de remuneração ajuda a assegurar que as ONGs operem com integridade, transparência e eficácia.
Conclusão
Trabalhar no Terceiro Setor, seja em ONGs, associações ou iniciativas sociais, não é apenas uma questão de vocação, mas também de competência.
Este artigo mostrou que as ONGs têm muitos tipos de trabalhos e funções diferentes. Vimos como os salários são importantes para manter essas organizações funcionando bem e de forma duradoura.
É essencial entender que lutar por uma sociedade mais justa também significa pagar adequadamente quem trabalha para o Terceiro Setor.
Assim como em qualquer outro setor, os profissionais que optam por trabalhar em ONGs têm compromissos, aspirações e necessidades.
E, para que possam entregar o melhor de si em prol de causas nobres, é imprescindível que sejam valorizados e justamente compensados.
Além disso, ter profissionais qualificados em ONGs ajuda não só os empregados. Quando a equipe é capacitada, está motivada e recebe um bom salário, ela pode melhorar muito o trabalho da ONG. Assim, os recursos são usados da melhor forma e as metas da organização são atingidas.
Por fim, é importante destacar que a valorização e a capacitação de cargos dentro de ONGs não contradizem o espírito altruísta dessas organizações.
Pelo contrário, reforçam a seriedade e o comprometimento com suas missões.
É importante que as pessoas saibam que é justo pagar bem quem trabalha em ONGs. Devemos sempre valorizar e agradecer a esses profissionais por ajudarem nossa comunidade todos os dias.